Académica 0 - 0 Benfica: Campeão não estudou bem a lição

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A equipa do Benfica estreou-se em Coimbra, nesta SuperLiga 2005/2006 diante a Académica, num jogo que se previa complicado para os «encarnados», dada a vontade dos «estudantes» em conquistar três pontos ao Benfica. Com um «onze» semelhante ao que avançámos ainda antes do apito, o Benfica não conseguiu alcançar os três pontos em jogo.

1.ªParte: Muita parra, pouca uva...

Assim sendo, Ronald Koeman fez alinhar de início o guarda-redes Moreira; os defesas Luisão, Anderson, Ricardo Rocha e João Pereira; os médios Petit e Beto, com o apoio dos extremos Simão e Geovanni. Na frente do ataque Nuno Gomes contou com o apoio do russo Karyaka que acabaria por ser um dos melhores elementos em campo.

Até entrou o bem o Benfica nesta SuperLiga, mas rapidamente perdeu o controlo do jogo, com os da casa a aproveitarem algumas distracções dos jogadores «encarnados». Moreira respondia positivamente sempre que solicitado, enquanto que na frente apenas Karyaka tentava dar outro rumo ao resultado desta partida.

Aos 44 minutos o russo teve nos pés uma excelente oportunidade para inaugurar o marcador. Passe de Simão, com Nuno Gomes, à entrada da área a simular e a deixar seguir para Karyaka, que fica na cara de Pedro Roma. O guardião sai bem e que defende a bola.

Registava-se assim o 0-0 ao intervalo, com o Benfica a regressar aos balneários com muitos lançes para serem discutidos, nomeadamente os de ataque, onde não houve muita sintonia, à semelhança da produtividade das alas.

2.ª Parte: Mudou-se de campo, mexeu-se na equipa, mas insuficiente para mudar o resultado...

Para o segundo tempo, o treinador holandês apostou no mesmo «onze» com que terminaria os primeiros 45 minutos. Á semelhança do que se tinha passado no início do jogo, o Benfica entrou de novo com vontade de marcar, mas de forma pouco eficaz. Após um centro tenso de Geovanni pela direita, Nuno Gomes a cabecear na área. Para as mãos de Pedro Roma.

O Benfica apostava então na direita, mas Geovanni também não esteve sempre no seu melhor. Aos 51 minutos João Pereira lança longo pela direita, em busca do brasileiro, mas Hugo Alcântara, atento, corta a bola para longe.

Com o passar do tempo, o treinador do Benfica via também os três pontos a fugir e acabaria por efectuar duas alterações de uma assentada. Decorridos que estavam 55 minutos, Nuno Assis e Manuel Fernandes rendiam Karyaka e Beto, respectivamente.

Se até aqui pouco ou nada se tinha visto dos «encarnados», pode-se o mesmo dizer após estas alterações. Saiu o elemento mais inconformado do Benfica - Karyaka e entrou Nuno Assis que mostrou muita vontade, mas também ele insuficiente para dar outro rumo ao jogo. Beto acabaria também por sair, talvez desgastado dando o seu lugar a Manuel Fernandes que trouxe mais força ao meio-campo que estava nesta altura mais fragilizado.

Certo é que o Benfica começou a atacar mais, mas o desentendimento entre os jogadores orientados por Koeman era de clara evidência. Aos 69 minutos a Académica tenta surpreender, João Pereira comete falta e vê o amarelo. Na resposta o Benfica também contra-ataca, mas Nuno Assis sofre falta. Livre para o clube da Luz, que vê uma vez mais Pedro Roma negar-lhe os festejos.

Aos 89 minutos, a Académica ganha a bola no seu terreno, passa a divisória e Gelson sofre falta já bem perto da área «encarnada». João Pereira via assim o segundo amarelo do jogo e consequente vermelho. O Benfica passava a jogar com 10 jogadores.

Pouco mais para se dizer num jogo pobre, onde apenas um russo tentou carimbar presença com um golo, conforme fez questão de referir já no final da partida o técnico da equipa da casa, Nelo Vingada.

No total 11 cartões amarelos foram mostrados por Bruno Paixão, o árbitro da partida, que também não esteve no seu melhor. Assim sendo, 7 dos 11 cartões amarelos foram para a turma da Luz (Luisão, Karyaka, Beto, Petit, João Pereira(2) e Geovanni), os restantes para os da casa (Nuno Luís, Paulo Adriano, Dionattan e Gelson). João Pereira viu ainda o primeiro vermelho da SuperLiga, na sequência do segundo amarelo do jogo. Está portanto afastado da próxima partida, que será frente ao Gil Vicente, onde Nélson se deverá estrear de águia ao peito.

Ronald Koeman tem assim muito trabalho a desenvolver neste Benfica que tem pela frente, não só a SuperLiga, mas também a presença na Liga dos Campeões. Reforços precisam-se, embora o holandês diga que não é um tema que o preocupe.

Reportagem de: Rafael Santos
Fotos de: Isabel Cutileiro