Portas fechadas no plantel da Luz 2005/2006

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Muitos nomes, muitos rumores, muitas capas de jornais e apenas sete jogadores contratados, os suficientes, no entender da direcção «encarnada», para reforçar o plantel orientado por Ronald Koeman, rumo à conquista do Campeonato Nacional 2005/2006.

Primeiro veio o brasileiro Anderson, do Corinthians que mal chegou conquistou um lugar no centro da defesa. Atento, ágil e sobretudo garra são alguns dos adjectivos que caracterizam aquele que passou a vestir a camisola 3 do Benfica desde Junho de 2005, depois de ter sido negociado em Março do mesmo ano.

Juntamente com o central brasileiro, o Benfica apresentava na Luz, mais precisamente na Mega-Store Adidas, o médio Beto que trocou Aveiro por Lisboa, tendo em conta que realizou uma boa temporada no ano transacto, chamando assim a atenção do novo treinador do Benfica, que de imediato aprovou o jogador, sendo que o então camisola 16 do Benfica desse desta forma mais vivacidade ao meio-campo «encarnado» onde na época transacta foi ministrado pela dupla Petit-Manuel Fernandes.

Também no mesmo dia, e completando assim o trio de apresentações, da Rússia chegava Karyaka. Um jogador que alinhava no Krylia Sovetov, quer como médio-esquerdo, quer no apoio ao ponta-de-lança. Tecnicista, rápido e com um bom remate, o camisola 17 do clube da Luz apresentou-se apenas com uma dificuldade... a língua, algo que considerou ultrapassável, já que no futebol a língua é universal. O plantel ajudou-o na integração e cedo começou a mostrar serviço ao holandês. Karyaka "luta" agora com Nuno Assis por um lugar no «onze» inicial, mas a vinda de Karagounis poderá trazer-lhe alguns dissabores, mas recorde-se que o plantel benfiquista está em duas frentes, o Campeonato e a Liga dos Campeões.

Seguiu-se mais um brasileiro. Desta feita o Benfica preenchia um dos sectores mais fragilizados da equipa, o lugar de lateral-esquerdo que na época passada foi ocupado por Dos Santos, e pode-se dizer, sem comprometer. Mas Koeman entendeu que teria de ter outro jogador para a mesma posição e a escolha recaiu em Léo, do Santos.

Entretanto a equipa iniciava, a agora chamada Liga betandwin.com e á segunda jornada os «encarnados» apresentavam um saldo negativo, já que em seis pontos possíveis, a turma de Ronald Koeman apenas conquistou um ponto. Golos não houve e a paciência começava então, de imediato a invadir as mentes dos adeptos e mesmo do treinador, que chegou a afirmar que uma equipa como o Benfica não poderia estar nesta situação.

As novelas de contratações reapareceram na imprensa, de novo vários nomes, mas já sem o de Tomasson, jogador com quem o Benfica não chegara a acordo. Surgiam então novos nomes. Miccoli, Cavenaghi, eram entre outros, dados como as escolhas de Koeman.

José Veiga e Luís Filipe Vieira vinham então a público informar que «os timings é o Benfica que decide, e como tal apresentará os reforços, quando achar que seja oportuno». E assim foi.

Sem ninguém esperar, uma saída de Alex rumo à Alemanha abriu portas a um novo jogador para o sector direito da defesa, já que Miguel tinha, também ele saído rumo a Espanha depois do litígio com a direcção do Benfica. Na mesma noite em que se soube da saída de Alex, recém-chegado de Guimarães onde estava emprestado pelo Benfica, José Veiga deslocava-se ao norte para trazer um jogador, há muito seguido pelo clube da águia.

Nélson apresentava-se ao serviço de Koeman na manhã seguinte e era apresentado oficialmente uma semana depois, em conferência de imprensa na Luz. Nélson veio rotolado como um jogador polivalente na defesa, no que diz respeito à esquerda e à direita, sendo também conhecido que sobe bem no terreno e que por vezes aparece na área adeversária.

Desesperados com o facto de não se marcarem golos, e por só aparecerem reforços do meio-campo para trás, os adeptos voltavam a centrar críticas na gestão benfiquista, a mesma que mais tarde viria a apresentar o grego Karagounis, que apanhou toda a imprensa desprevenida.

O jogador do Inter de Milão transferia-se assim a «custo zero», isto depois das negociações terem começado sete meses antes da sua vinda, facto este que levou o jogador a ingressar no Benfica, clube onde vestirá a camisola 10.

Na apresentação do grego, Luís Filipe Vieira, disse que este número 10 era um sonho já antigo, mas no que a reforços diria respeito, o Benfica não iria ficar por aqui. E assim foi...

Na manhã seguinte, Miccoli chegava a Lisboa depois de longas negociações, onde o jogador sempre afirmou querer ingressar no Benfica, ao contrário da vontade da Juventus, que mais tarde acabaria por ceder à vontade do jogador, que via o Benfica como uma possibilidade de se mostrar na europa, a fim de estar presente no Mundial de 2006, na Alemanha.

O italiano soube que iria vestir a camisola 30, no dia em que surgiu também o interesse do Liverpool na contratação do «capitão» de equipa, Simão Sabrosa. Dispensado do treino da selecção, o camisola 20 do clube da Luz juntou-se aos dirigentes portugueses e ingleses, representantes dos respectivos clubes.

Luís Filipe Vieira chegou a admitir a saída do jogador, José Veiga recusou sempre. Mas mesmo o presidente dos «encarnados» nunca se sentiu confortável no papel de «vendedor» do jogador mais influente do plantel.

Já na manhã de 31 de Agosto, dia em que fechou o mercado de transferências em Portugal, era já claro que o Benfica dificilmente aceitaria vender Simão. De resto, Luís Filipe Vieira passou a exigir 20 milhões, um valor a que o Liverpool nunca chegou. Esse facto, bem como os problemas desportivos que a saída de Simão causaria, levaram a que fosse colocado um ponto final no assunto.

O Benfica recusava assim uma venda do jogador, a troco de 18 milhões de euros, a pronto pagamento, com um contrato a rondar os 3 milhões mensais para o jogador.

Simão Sabrosa voltava assim a juntar-se à comitiva nacional, que se encontra em estágio. Terminava também assim, o mercado de transferências do Benfica, com os «encarnados» a registarem na Liga os nomes de Karagounis e Miccoli, naque que foi, um culminar de dias loucos na Luz.