Volei: Não era preciso perder assim...

O tudo ou nada para o campeonato nacional A1 deste ano contou com muito público “futebolado” na Luz, o que fez com que os ruidosos adeptos do Guimarães levassem a melhor nas bancadas... Mas passemos para o que se passou em campo.

Os dois primeiros sets contam-se facilmente: Um Guimarães concentrado, a contar com Pedro Azenha certinho nos passes e sobretudo com o desacerto total do serviço e da recepção encarnadas, que tornavam impossíveis quaisquer hipóteses de dar a volta ao marcador. Quando o serviço entrava ou a recepção até era menos má, o ataque também não estava famoso, o que custou a Schwanke uma ida para o banco (entrou Éden Sequeira), a espaços Dudu trocou com Manuel Silva, mas foi André Lopes que perdeu o seu lugar a partir do 3ºset, em troca com Manuel Silva.

Depois de o Guimarães ter conquistado com toda a justiça os dois primeiros sets por 25-21 e 25-19, o 3ºset trouxe um Benfica à campeão, desde cedo a ganhar vantagem, a disparar aos 17-10 e a fechar aos 25-17. O 4ºset foi muito equilibrado e os nervos que se verificaram ao longo do jogo (foram alguns os amarelos por protestos ao longo da partida, inclusivamente da exaltadíssima fisioterapeuta do Guimarães...) E precisamente quando o resultado estava em 14-15, um festejo exagerado de Hugo Gaspar e um protesto não menos exuberante de Lukianetz, valeram um amarelo para cada lado, 15-16 no marcador e tempo técnico...

E começou a confusão, a qual vou tentar explicar: o resultado estava 13-14, o Guimarães serviu (por Azenha) e o Benfica fez 14-14, Bruce foi servir, o Guimarães, fez o tal 14-15 e seguiram-se os amarelos, um para cada lado. Ora quando há cartão amarelo, vai um ponto para cada lado e consequentemente, uma rotação para cada lado. Com 15-16, as equipas voltaram, pediram a formação ao 2ºárbitro, António Moreira, que as deu. E aqui começa a asneira: Daivison seria o homem do serviço, mas como o primeiro amarelo foi mostrado ao Guimarães, o serviço passa para o Benfica e para Lukianetz, homem que sucedia a Bruce na rotação. Mas com o amarelo ao Benfica, o serviço retorna para o Guimarães e para Cocatto, que seria o servidor a seguir a Daivison. Acontece que o Guimarães se enganou na formação e Hugo Gaspar foi servir. O Benfica conquistou o ponto (16-16) e naturalmente, Éden Sequeira, seguindo a formação correcta, foi servir e o Benfica fez o 17-16. Momento escolhido pelo banco do Guimarães para desatar aos berros alegando que a formação do Benfica estava errada. Seguiram-se 25 minutos de protestos, exaltação, um pavilhão a esvaziar-se e que culminaram com os árbitros a retirarem 2 pontos ao Benfica e a recomeçar a partida aos 15-16. Conclusão: erro técnico da mesa, pois foi o Guimarães que se enganou no jogador a servir e não o Benfica, logo o resultado deveria ser 18-16 e não 15-16. Aliás é surreal, Lukianetz pediu 2 vezes à mesa a formação antes do jogo recomeçar e as informações foram dadas correctamente...

Obviamente que os jogadores do Benfica, até pela quebra no ritmo de jogo, nada podiam fazer e foram salvando bolas de jogo até ao falta 25-27.

O Benfica está assim fora da final do campeonato, num jogo em que podia ter perdido justamente, mas em que infelizmente o jogo sujo do treinador do adversário, com a complacência do árbitro, tornaram tudo mais fácil para os forasteiros.

O Benfica vai protestar o jogo, até porque tem razão, as imagens estão aí para todos verem, não há dúvidas. Viva a incompetência!

Resta agora a disputa dos 3º e 4ºs lugares, resta saber se com Sp. Espinho ou Esmoriz, que terão de disputar o 3ºjogo no próximo sábado e havendo também dúvidas sobre a participação do Benfica nestes jogos, devido ao protesto.

SL Benfica 1 – 3 Vit. Guimarães (21-25, 19-25, 25-17 e 25-27)

Benfica: André Lukianetz (13), Carlos Schwanke (4), Dudu (14), André Lopes (6), Roberto Purificação (12) e Doug Bruce; Carlos Teixeira (líbero). Manuel Silva (10), Éden Sequeira (2), Pedro Fiúza (cap) e Marco Ferreira. Não jogou: André Cabacinha.
Treinador: José Jardim

Guimarães: Pedro Azenha (2), Daivison Silva (12), Alan Cocatto (7) (cap), Hugo Gaspar (22), Flávio Cruz (12) e André Corominho (9); Eurico Peixoto (líbero). Diogo Frada, João Malveiro e José Pedrosa (1). Não jogaram: Fernando Ribeiro e Mário Pinto.
Treinador: Marco Queiroga

Impossíveis de não serem citadas são as declarações de José Jardim no fim da partida:

“Não me dou como derrotado, independentemente do resultado final. O Benfica não pode ser penalizado por um erro de formação como este. Os jogos decidem-se nos pequenos detalhes. Se houver seriedade do segundo árbitro acredito que o nosso protesto seja atendido. Somos a única equipa do Sul na A1 e somos quase sempre prejudicados. Os meus jogadores estão de parabéns pela forma como lutaram. No primeiro set não estávamos a jogar bem e não conseguimos materializar em pontos os nossos contra-ataques. Tivemos de mexer diversas vezes, para tentar dar a volta aos acontecimentos. Tentámos sempre a vitória, pois queríamos e contávamos com a deslocação a Guimarães para dar a volta à eliminatória."