Fonte
abola.pt
O Estugarda entrou na corrida por Tomasson com rapidez inusitada e precisão cirúrgica. Cobriu a proposta e subiu a parada. Ofereceu 7,5 milhões de euros ao Milan e três milhões de euros por época ao jogador. A proposta do Benfica era boa, mas o Estugarda pegou no livro de cheques e jogou com o facto de participar numa liga mais competitiva e apelativa. Trapattoni também moveu as suas influências.
Foi tudo muito rápido. Ontem, bem cedo, já Johan Schneider, director-geral do Estugarda, estava em Milão para fechar negócio, tão depressa quanto possível. Nos últimos dias, em absoluto sigílio, tinham decorrido as primeiras conversas. Ontem a caminho de Milão levava a convicção absoluta de que fecharia negócio e convenceu de imediato os italianos quando apresentou uma proposta de 7,5milhões de euros a pronto pagamento para comprar o passe de Tomasson. Mais 2,5 milhões de euros do que a verba que o Milan estabelecera como fasquia desejável. Convencido o Milão, novo e preciso raide sobre Tomasson. A abordagem inicial acontecera também há alguns dias e na quinta-feira, em absoluto sigílio, o dinamarquês deslocara-se mesmo a Estugarda para ouvir os números que os alemães lhe propunham. Qualquer coisa como três milhões de euros... No Milan o seu vencimento era de 2,3milhões de euros, o mesmo valor que iria receber se tivesse aceite a mudança para a Luz. No entanto os números do clube de Trapattoni foram tão convincentes que o jogador não hesitou em assinar. Além disso, mesmo que estivesse em igualdade de posições, o Estugarda levaria a melhor porque Tomasson manifestou preferência por jogar na Alemanha em vez de Portugal. Por causa da língua e por causa do Mundial do próximo ano.
Encaixe de 23 milhões
O Benfica estará com a sensação de que foi ultrapassado por um bólido que, de surpresa, cortou a recta da meta em grande velocidade. E se por um lado foi apanhado de surpresa, já que tinha um entendimento com o Milan e negociações bastante avançadas com Tomasson, por outro terá de render-se à capacidade argumentativa dos alemães e também ao facto de Trapattoni continuar a movimentar-se como peixe na água junto dos dirigentes do Milan. Assim se explica que Tomasson tenha optado pelo quinto classificado da Bundesliga, em vez do campeão português. Jogará na Taça UEFA, em vez da Liga dos Campeões. O Benfica, numa operação arrojada e complexa, preparava-se para atingir valores que permitiriam uma grande contratação, com argumentos que não se julgavam estar na posse do Benfica. O Estugarda apresentava-se nesta fase com o conforto do encaixe de 23 milhões de euros em vendas, neste defeso. Ao contratar Tomasson, gastou cerca de um terço dessa verba. Subiu de repente a parada e, face a um maior poder económico, cobriu a proposta e pagou na hora. Contra isso já não podia concorrer o Benfica.