diferencas

Submitted by Ganfeiense on
As últimas semanas foram preenchidas pela discussão de dois temas: o dos jogadores emprestados, levantado pelo “caso Maciel”, no qual ficou a descoberto um “acordo de cavalheiros” entre os presidentes de FC Porto e U. Leiria, Pinto da Costa e João Bartolomeu, que é ilegal; e o das contratações cirurgicamente operadas pelo Benfica, neste chamado mercado de Inverno. Houve quem tentasse cruzar as duas discussões, usando argumentos idênticos, para chegar à conclusão de que os dois clubes circulavam em contramão com a moral e os bons costumes. Acontece que as questões não são passíveis de confusão. No caso de Maciel, impedido de defrontar o FCPorto, contra a vontade publicitada do treinador da U. Leiria, Jorge Jesus, existiu um claro atropelo às normas estabelecidas pela Liga e é por isso que ainda corre um processo na Comissão Disciplinar. É provável que tudo acabe na gaveta do esquecimento, mas, apesar do discurso posteriormente retocado por Jesus, não há como iludir as evidências: houve ilegalidade. Antes e depois de Maciel, aconteceram lesões inoportunas, apareceram indisposições súbitas e até se tomaram opções técnicas estranhas, mas nada disso é ilícito, apenas estranho, às vezes demasiado estranho. A estratégia de mercado do Benfica é outra questão. Contratou Fonte antes do jogo com o V. Setúbal, para depois o emprestar ao Paços de Ferreira, que era o adversário seguinte; aproximou-se de Marcel e este já não jogou pela Académica na Luz; a seguir veio a partida com o Gil Vicente e foi colocado em agenda o empréstimo de João Pereira. É óbvio que este fluxo de contratações e empréstimos não se trata de pura coincidência, configura uma estratégia que, se é criticável do ponto de vista ético, não pode ser atacada do ponto de vista regulamentar. Aqui está a diferença: não há norma que proíba o Benfica de contratar e emprestar.