Dimensão do Barcelona não se compara à do Benfica

Fonte
A Bola
Foram várias as conclusões retiradas no final do segundo dia de reunião dos estados gerais do Benfica. Uma das mais importantes relaciona-se com a necessidade de maior interacção entre a SAD e os restantes departamentos do clube - comercial, comunicação, financeiro, jurídico. Se por um lado José Veiga conseguiu construir uma muralha em redor da estrutura do futebol, com resultados à vista-título de campeão nacional, conquista da Supertaça e a esperança de passar à fase seguinte da Liga dos Campeões - por outro o isolamento pode ser um óbice de uma lógica empresarial. Prevê-se, deste modo, que a curto prazo surjam ligeiras alterações na política de comunicação, no pressuposto de os artistas chegarem mais perto dos benfiquistas - ou, para citar o psicólogo do Real Madrid, Jose Maria Buceta, "os adeptos gostam de ver os atletas jogar mas também gostam de saber aquilo eles pensam." Globalização Chegados a este ponto, os altos responsáveis querem aproveitar o futebol como âncora e chegar a objectivos ainda por alcançar: os 300 mil sócios, o estádio permanentemente cheio e internacionalizar a marca Benfica, vista agora como um todo. A plateia ficou sensibilizada com as declarações proferidas na véspera por Ronald Koeman, quando o holandês afirmou ter ficado surpreendido com a dimensão internacional do clube, no jogo de Paris, frente ao Lille. Afirmando mesmo que Barcelona, Ajax ou PSV Eindhoven não se comparam ao emblema da Luz. O ego ficou cheio e serviu de motivação extra para quem aposta na globalização dos encarnados, cujo primeiro passo será a criação do futuro canal televisivo, com a possibilidade de transmitir jogos da equipa para o estrangeiro. Este será apenas um exemplo do que Luís Filipe Vieira pretende ainda no seu mandato: traduzir em muitos milhares de euros o potencial humano que rodeia o Benfica. No final do encontro em Sesimbra eram visíveis os sentimentos de satisfação e esperança. Os rostos de Vieira e José Veiga espelhavam isso mesmo.