Fonte
22/10/2005 23:41 Benfica 2-0 Estrela da Amadora
Do Nelson... com amor
E vão cinco vitórias consecutivas na Liga. O Benfica está realmente em crescendo. Ganha, joga bem, começa a contar com um Estádio da Luz cada vez mais cheio e trepa na classificação como mais nenhuma equipa o faz neste momento. A 8ª jornada foi prova disso mesmo, além de ter confirmado o bom momento de forma de Karyaka, o instinto goleador de Nuno Gomes e toda a categoria de um tal miúdo que poucos conheciam há meses atrás: Nelson.
Karyaka de início
A surpresa apresentada por Koeman no “onze” foi a inclusão do russo Karyaka, em detrimento de Karagounis. Quim, por seu turno, voltou a ser chamado à baliza, enquanto que Ricardo Rocha foi o escolhido para render o castigado Léo no flanco esquerdo da defesa. De resto, tudo igual ao encontro de Villarreal. Por seu turno, António Conceição apresentou um Estrela a jogar em 4-3-3, com Amoreirinha a surgir no lado esquerdo da defesa, Santamaria e Maurício no centro e Tony na direita. No miolo era Emerson o jogador encarregado de dar apoio defensivo, enquanto que Coutinho e Rui Borges tentavam fornecer uma dupla atacante formada pelos velozes Manu e Semedo, sempre apoiados por Paulo Machado.
Sonolência
Se Koeman tinha pedido aos seus jogadores para entrarem em campo a pensarem desde logo em marcarem e em tornarem-se nos senhores do jogo, então tal mensagem não foi bem entendida pelos seus pupilos. É que o Benfica da primeira parte mostrou-se sempre muito preso de movimentos e incapaz de criar situações de golo. Diante de um Estrela que prima pela organização defensiva, a equipa “encarnada” teve apenas no russo Karyaka (autor de três remates... apesar de infrutíferos) o seu elemento mais dinamizador.
Mas foi pouco, muito pouco... De facto, apenas aos 35’ o Benfica criou o primeiro lance de perigo, quando Simão centrou largo e o russo entrou de rompante para um remate bem detido por Bruno Vale. Depois, e para piorar o panorama, Quim ressentiu-se da lesão na virilha e teve de ser rendido por Rui Nereu, quando o cronómetro apontava os 40 minutos de jogo.
Hora de brilhar
O discurso de Koeman deve ter-se feito sentir com maior clareza ao intervalo e, por isso mesmo, o Benfica entrou a todo o gás na segunda parte, carrilando muito jogo pelo flanco direito e tendo Nelson como grande protagonista. O jovem lateral fabricou, aos 49’, um dos seus famosos lances, centrando com o pé esquerdo com conta, peso e medida para o desvio de cabeça de Karyaka.
E assim o Benfica colocava-se na frente do marcador. Apesar disso, o Estrela respondeu de seguida, aproveitando uma perda de bola de Karyaka no meio-campo. Paulo Machado serviu Manu e este centrou rasteiro para um incrível falhanço de Semedo. António Conceição aproveitou, então, para lançar em campo o ponta-de-lança Anselmo, tirando o tampão do meio campo tricolor, o brasileiro Emerson.
Por seu turno, Karyaka foi o homem escolhido para sair no Benfica (sendo muito saudado pelos 37 mil adeptos presentes). O grego Karagounis entrou e logo de seguida serviu Nelson na direita. O lateral-direito centrou de primeira, de forma muito tensa, e Nuno Gomes elevou-se à entrada da pequena área para o cabeceamento certeiro e o oitavo golo na Liga. Estava feito o 2-0... com a Luz ao rubro.
O técnico estrelista colocou mesmo a carne toda no assador, apostando em Rui Duarte e Valdir para o lugar de Rui Borges e Maurício. Apesar de tal aposta, António Conceição ia queimando-se pela terceira vez, quando Simão correu todo o flanco esquerdo e centrou rasteiro para a simulação de Nuno Gomes sobre Santamaria. No entanto, o remate do 21 foi travado pela mão do central estrelista.
Pena foi que o árbitro não tenha assinalado grande penalidade. Por outro lado, a exibição dos auxiliares de João Vilas Boas (que, diga-se, amarelou meia equipa do Benfica) foi realmente hilariante. Terão acertado um único fora-de-jogo no ataque do Benfica? No final de todas as contas, o que interessa é que o Glorioso ganhou pela quinta vez consecutiva. A continuar assim... ninguém pára o Benfica.
Texto: Ricardo Soares