Estoril Praia acaba com o futebol

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O Estoril-Praia acabou mesmo com o futebol profissional. As últimas tentativas da SAD para conseguir dinheiro para continuar com o projecto esfumaram-se, revelou hoje o presidente da sociedade, António Figueiredo. A equipa, que disputa a Liga de Honra, já não se vai apresentar na próxima jornada, contra o Desp. Aves, e os seus jogadores vão avançar para a rescisão de contrato com justa causa. O treinador da equipa, Daúto Faquirá, rescindiu o contrato ao início da tarde e os jogadores do plantel foram de imediato para o respectivo sindicato para também formalizarem a sua desvinculação. Figueiredo diz-se «traído» Em declarações à agência Lusa, António Figueiredo confessou que chegou a ter esperanças numa solução "mínima", ou seja, "liquidar pelo menos uma parte dos vencimentos em atraso - três meses e meio", e depois tentar uma solução "definitiva". "Desdobrei-me em contactos de última hora, que todavia não resultaram. Por isso, a equipa do Estoril já não existe enquanto tal, pois os jogadores que se mantiveram na expectativa de uma solução já se despediram entre si, pelo que não já estarão presentes no jogo de Vila das Aves", acrescentou. Figueiredo considerou ter sido "traído" pelo grupo Southern Cross, detentor de 40 por cento das acções da SAD, por "não ter cumprido o prometido" quando os dirigentes estorilistas se deslocaram a Londres. "Foi devido à promessa de avançar com um investimento que asseguraria a gestão da SAD até final da época que construímos uma equipa e assumimos responsabilidades que agora não nos é possível cumprir", disse. O líder da SAD garantiu ainda que a administração a que preside vai, de seguida, reunir-se e iniciar o processo de falência, entregando toda a documentação na autarquia de Cascais. O ainda presidente desconhece qual vai ser o futuro do clube, face ao encerramento da SAD: "É praticamente certo que a curto prazo não haverá futebol sénior. As coisas agora ficarão nas mãos do Grupo Desportivo Estoril-Praia, que tem uma magnífica equipa de juniores." «Sem honra» Marco Paulo, porta-voz do extinto plantel estorilista, lamentou a forma como o processo foi encerrado, "sem honra para nenhuma das partes, apesar de a administração ter feito esforços para que houvessem soluções". "Agora há que partir para outra. Sentimos tristeza e frustração porque o projecto parecia-nos credível e vai acabar antes de tempo", referiu o médio, que regressou esta época ao clube onde se deu a conhecer ao futebol, depois de ter jogado nas últimas épocas pelo Paços e pelo Belenenses. A despedida do plantel foi um momento marcante e triste, relembra o capitão: "Chegámos ao início da tarde e o director-geral, Vasco Casquilho, comunicou-nos que não havia dinheiro nem nenhuma solução à vista." "Sabíamos que hoje ia ser um dia decisivo. Aguentámos até à última e agora cada jogador irá procurar alguma coisa para o seu futuro", refere o médio estorilista. "O mercado não está fácil, mas vamos rescindir contrato e procurar clube", concluiu.