Fórum do CNID discute Jornalismo Desportivo

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FÓRUM DO CNID DISCUTE, EM OEIRAS, QUESTÕES ACTUAIS DO JORNALISMO DESPORTIVO Malheiro esteve contra veto à cobertura da SIC O director de Comunicação do Benfica foi uma das figuras mais mediáticas da reunião que discutiu o papel do jornalismo desportivo nos dias de hoje. E não se fez rogado: deu exemplos pessoais e ideias para o futuro João Trindade João Malheiro O DIRECTOR de Comunicação do Benfica, João Malheiro, fez ontem relevações curiosas sobre o seu primeiro ano no clube encarnado. Falando no fórum do Clube Nacional de Imprensa Desportiva, numa conversa franca perante ex-colegas, o antigo jornalista revelou: "Falo todos os dias, mas só por uma vez violentei a minha consciência. Quando tive de anunciar que a SIC não podia fazer cobertura no Estádio da Luz." Contudo, o porta-voz encarnado não guarda dilemas morais: "Vinte e quatro horas depois, a SIC voltava a cobrir o noticiário do Benfica, em face dos meus ofícios". E falou ainda dos "briefings" diários: "O clube precisava de uma voz e de um rosto. No Benfica há um rosto, que dá a cara todos os dias". Malheiro garante que isso permitiu uma abertura: "Havia uma lógica de sonegar informações e, às vezes, confundir a Comunicação Social." Mas, num fórum onde se discutiu o crescente papel do jornalista de desporto como "fazedor de opinião" (tal como foi definido por José Manuel Constantino, presidente da Confederação do Desporto, na foto), Malheiro apontou também perigos: "Há demasiada agressividade. A concorrência é brutal. Os treinadores e jogadores falam menos porque têm medo das perguntas. Os jornalistas espremem-nos na procura do título mais chamativo." Para o futuro, deixou uma ideia: "Em 96, António Oliveira convidou-me para a equipa técnica nacional. Recusei, mas creio que estamos próximo da altura em que as equipas terão um especialista em comunicação." JOSÉ ANTÓNIO ASCENSÃO