Koeman trocou relvado por gabinete

Fonte
A Bola
Camacho e Trapattoni faltavam muitas vezes aos treinos (geralmente aqueles que se realizavam após cada jogo) para se deslocarem aos seus países de origem e nem sempre estas ausências eram bem vistas pelos adeptos, que não queriam saber se essas situações estavam ou não estipuladas nos respectivos contratos dos técnicos. Ontem aconteceu o mesmo com Ronald Koeman mas com uma grande diferença: o holandês não participou no treino mas esteve toda amanhã no Estádio da Luz, em várias reuniões de planificação com o adjunto Bruins Slot e ainda José Veiga. Para os mais incautos isto pode soar a balda mas não é mais do que uma situação perfeitamente normal nos holandeses: o trabalho de gabinete é tido como fundamental, daí serem tão metódicos e procurarem analisar todos os pormenores. E o que de tão importante fez a equipa técnica laranja para não ter estado no treino? Para prever o tipo de treino que será feito nas próximas semanas, agora que muitos dos jogadores estarão ausentes ao serviço das respectivas selecções. O tempo de cada sessão, a intensidade dos exercícios para quem joga mais ou menos pelas equipas nacionais, escolher os jogadores da equipa B que vão ser chamados aos trabalhos e ainda agendar quantos treinos serão realizados na Luz e no Estádio Nacional. No entanto, e estando a menos de dois meses para a reabertura do mercado de transferências, o tema reforços também poderá ter sido aflorado, principalmente no que à contratação de um terceiro guarda-redes diz respeito—o tendão de Aquiles do plantel face à inédita situação em torno de Moreira e Quim. Chalana deu treino Foi Fernando Chalana quem deu o treino, realizado ontem de manhã no campo principal do Estádio Nacional, que contou com apenas 15 jogadores — nove mereceram folga e quatro estão a tratar de lesões [ver peças à parte]. O preparador físico Jan Kluitenberg e o treinador de guarda-redes Abe Knoop também participaram. Por esta razão não terá feito grande diferença a ausência da dupla Koeman/Bruins Slot. Porque na opinião da equipa técnica holandesa é mais importante ficar quase seis horas no gabinete (das 8.30 às 14 horas) a preparar os dias que aí vêm e prescindir do fato de treino por uma hora e meia para ministrar um treino de hora e meia em que não participam mais de 10 titulares.