À lei da bomba

Fonte
SLBenfica
Liga está relançada. No “clássico” da 24ª jornada, o Benfica conseguiu bater o FC Porto por 1-0 (o mesmo resultado obtido frente ao Liverpool há meia dúzia de dias) e aproximar-se do líder. Koeman, na sua oitava vitória (contra dois empates... em 10 jogos) diante de Co Adriaanse, cumpriu o prometido e apresentou um Benfica de garra que venceu um jogo rodeado de um ambiente fenomenal. Enfim, o estoiro do meio da rua de Robert, que deu a vitória neste desafio, revelou-se a cereja no topo do bolo de uma semana em grande da equipa do Benfica. Irmãos de armas Foi sem qualquer surpresa táctica que Benfica e FC Porto se apresentaram neste “clássico”. Enquanto que Ronald Koeman mantinha a equipa que se bateu com o Liverpool na passada terça-feira, trocando apenas Karagounis por Beto (até porque este encontro com os portistas era mesma para ganhar...), já Co Adriaanse mostrou-se fiel ao seu 3-3-4, sendo a entrada de Baía para a baliza (devido à lesão de Hélton) e a aposta em Ivanildo para a extrema-esquerda as maiores nuances num “onze” muito parecido com aquele que tem alinhado nas últimas jornadas. Ora, a partida iniciou-se na toada esperada, ou seja, com ambos os rivais a mostrarem-se autênticos irmãos de armas, não cedendo qualquer espaço defensivo, tentando criar lances de superioridade numérica a partir do meio-campo (sem o conseguirem) e fazendo do poder de choque as suas principais armas na hora de defender. Assim, as características da partida acabavam por beneficiar muito mais o FC Porto que o Benfica, que, como se sabe, procurava reduzir a desvantagem de oito pontos em relação ao líder. A curva que tudo mudou Até que em mais um entre tantos lances de luta, a meio-campo, Laurent Robert sofreu uma falta de Paulo Assunção a 40 metros da baliza. O francês pegou na bola, colocou-a no relvado e ganhou balanço. Baía pediu apenas um homem para a barreira, não esperando que o francês tentasse o remate de tão longe. Mas foi mesmo isso que aconteceu e Robert aliou a potência do estoiro à forma como bateu a bola, fazendo-a descrever uma tremenda curva que traiu Baía (apesar de o guardião ficar com algumas culpas no cartório). Era o delírio entre as 58 mil pessoas presentes na Luz e a certeza de que a partir desse minuto assistiriam a um grande jogo de futebol. É que se o golo aconteceu aos 39 minutos, bastou esperar-se mais um minuto para que o futebol de ataque de ambas as formações viesse ao de cima. Assim, aos 40’, McCarthy recebeu a bola de costas para a baliza e rodou sobre Anderson, rematando para boa defesa de Moretto. O Benfica, que espevitou a partir daí, teve também a oportunidade de marcar logo a seguir, mas a perfeita assistência de Simão não bastou para que Nuno Gomes, na cara de Baía, acertasse na baliza. A contenção perfeita O Benfica apresentou-se na segunda parte num estilo onde costuma revelar-se imbatível. Perante um FC Porto a apostar decididamente no ataque continuado, os “encarnados” cerraram os dentes e mostraram-se um verdadeiro conjunto, não cedendo um milímetro aos elementos mais criativos “azuis-e-brancos” e pressionando em todo o campo. Foi nesta fase que Ricardo Quaresma tentou pegar no jogo no flanco direito do ataque da sua equipa, mas Alcides, sempre ajudado por Petit e Simão, soube ser uma autêntica muralha, provocando alguns nervos no extremo, o que o levou a ser substituído por Hugo Almeida. Entretanto, já Co Andriaanse tinha colocado Lisandro e Jorginho em campo, mas nenhum deles fez a diferença. Quando Almeida entrou em campo, o FC Porto passou a actuar com três pontas-de-lança, mas nada que Luisão e companheiros não conseguissem resolver. Não se pense, no entanto, que o Benfica não deixou de colocar em jogo o seu venenoso contra-ataque. De facto, apesar de na última meia-hora de jogo o FC Porto ter atacado mais, sempre que o Benfica ganhava o controlo do esférico era quase certo que Baía teria dores de cabeça. Marco Ferreira, entrado a 15 minutos do fim para o lugar de Robert, revelou-se fundamental neste aspecto, criando bons desequilíbrios pela direita. Foi num desses lances, aos 89’, que o ex-portista obrigou Baía a uma grande defesa, tendo a bola sobrado para Petit que, apresentando-se com grandes probabilidades para marcar, foi agarrado por Lucho, num lance onde deveria ter sido marcada grande penalidade. O jogo terminaria pouco depois, ficando agora o Benfica a cinco pontos do FC Porto. Tudo está, pois, em aberto na Liga.