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Foi, consequência do passado recente do atleta, uma das mais inesperadas transferências do defeso futebolístico. Marco Ferreira, depois de ‘passar’ por cinco treinadores do FC Porto – de Mourinho a Adriaanse – e sempre ter sido preterido, rescindiu com os ‘azuis-e-brancos’ para se apresentar livre na Luz, ao lado de Moretto, como reforço do Benfica.
O ‘caso’, mais um na ‘guerrilha’ entre os ‘grandes’, terá apanhado de surpresa os indefectíveis portista, que se consideram atraiçoados pelo jogador, mas, apurou o CM, a SAD ‘azul-e-branca’ não tinha mesmo como evitar o reforço do rival, apenas adiar o negócio.
Tudo porque o acordo celebrado em Agosto entre o FC Porto e o Penafiel, com valor legal, permitia a Marco Ferreira rescindir em Janeiro com os penafidelenses desde que não rumasse a um concorrente directo do... Penafiel. Assim, e porque os portistas não acautelaram atempadamente a sua posição – porventura nunca equacionaram a possibilidade de Benfica ou Sporting pretenderem o atleta –, apenas se limitaram a vê-lo chegar à Luz com pompa e circunstância.
Marco Ferreira, contudo, durante os dias em que tratou da rescisão com os portistas, sugeriu sempre que o seu futuro passaria pelo estrangeiro. Mais: no dia da rescisão terá mesmo afirmado que a única proposta que tinha em mãos era para a Arábia Saudita.
E como se tal não bastasse para acelerar o processo, o próprio advogado do jogador, Paradela de Abreu, goza de excelentes relações no ‘Dragão’, ou não tivesse sido este causídico a editar o livro de Pinto da Costa. A rescisão foi, assim, simples de consumar, admitindo-se que a acção de Paradela de Abreu tenha sido preponderante junto da SAD portista.
Só que também este advogado desconhecia o destino do atleta. Aliás, terá mesmo, mercê das boas relações, pedido para Marco Ferreira, até encontrar clube, continuasse a ser seguido pelo departamento médico do FC Porto. Paulo Futre colocou-o no Benfica com um contrato altamente vantajoso.
BENFICA DOBRA SALÁRIO PORTISTA
Foi Paulo Futre quem intermediou a transferência de Marco Ferreira para o Benfica. Talvez por isso, também o At. Madrid surgiu como potencial destino para um jogador que, recorde-se, o FC Porto teve dificuldades em colocar por empréstimo no início da época.
Marco Ferreira soube esperar e hoje tem razões de sobra para sorrir, leia-se um ordenado mensal que quase dobra o vencimento que auferia no ‘Dragão’ – os 225 mil euros/ano são agora largamente suplantados e para os próximos três anos e meio. Nada mau para um atleta que, aos 28 anos, teve de rumar a Penafiel depois de clubes como Guimarães, Nacional e Marítimo o terem recusado.