Número 10, quatro anos

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A BOLA
Número 10, quatro anos O Benfica tem praticamente concluída uma das maiores operações financeiro-desportivas da sua história, apenas comparável, quer pelas verbas envolvidas, quer pela categoria do jogador em causa, à contratação de Paulo Futre em 1993. Tomasson vai vestir a camisola 10 dos campeões nacionais durante os próximos quatro anos, com o clube da Luz a adquirir ao AC Milan a totalidade dos direitos sobre o jogador... É possível que Jon Dahl Tomasson chegue já hoje a Lisboa para colocar o preto no branco no contrato que o vai ligar ao Benfica até 2009. Durante o dia, o internacional dinamarquês terá um encontro com José Veiga, num país europeu que não é nem Portugal nem a Itália, onde se procederá ao acerto dos detalhes remanescentes. Porém, o trabalho essencial está realizado e o Benfica prepara-se para apresentar Tomasson antes do jogo com o Chelsea, no próximo domingo. Anteontem, em Milão, José Veiga acertou agulhas com o AC Milan, durante um jantar com Galliani e Braida, os homens de confiança de Sílvio Berlusconi para a condução dos destinos do emblema rossonero, a que preside há já vinte anos. E o negócio ficou de tal maneira firme entre os clubes que o AC Milan decidiu dispensar Tomasson da apresentação da equipa de Barlo Ancelotti, que ontem decorreu em Millanelo (ver páginas 4 e 5). O Benfica pagará aos italianos uma verba por enquanto não revelada e assumirá a responsabilidade pelo contrato do jogador, numa operação global que ascenderá a mais de 15 milhões de euros e para a qual está a ser preparada uma engenharia financeira susceptível de sustentar o negócio sem prejudicar o equilíbrio orçamental da SAD encarnada. Tomasson firme Quanto a Tomasson, depois de, durante o dia de ontem ter sido levantada, em Itália, a possibilidade de rumar a Florença (hipótese que não passava de especulação e que acabou por cair por terra mal a Fiorentina fechou contrato com Toni, ponta-de-lança do Palermo), o jogador está disponível para ingressar num clube de grande prestígio mundial, que jogue a Liga dos Campeões e que apresente, simultaneamente, um projecto ambicioso e uma liderança técnica credível. Com a selecção dinamarquesa em dificuldades de apuramento para o Mundial 2006, Jon Dahl Tomasson pretende continuar a ser visto ao mais alto nível e isso só sucede através da participação na Liga milionária. Todos estes factores concorreram a favor do Benfica e o encontro entre o fora-de-série dinamarquês, que será acompanhado pelo seu empresário, e José Veiga servirá para limar as últimas arestas do acordo entretanto já estabelecido. Os elogios de Manniche Jon Dahl Tomasson vai ser o segundo jogador dinamarquês da história do Benfica, sucedendo a Michael Manniche que representou os encarnados entre 1983 e 1987, actuando em 132 jogos (75 golos), e conquistando dois Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira. "É um dos melhores jogadores de área da actualidade" afirmou Manniche a propósito do seu compatriota, que louvou por ter "uma facilidade extraordinária de executar em pouco espaço, rematando muitas vezes de primeira". Quanto à melhor posição no terreno de Tomasson, Manniche refere que "não se trata de um número nove, apesar de ter uma capacidade goleadora assinalável. É sobretudo, um jogador de equipa, capaz de muito trabalho ao longo dos noventa minutos". Reforços continuam Além de Tomasson e do internacional brasileiro Léo, o Benfica ainda trabalha para apresentar, pelo menos, mais uma aquisição. Trata-se de um ponta-de-lança, de méritos firmados, um jogador experiente que contribua com os argumentos que os campeões entendem necessários para se aventurarem na alta roda do futebol europeu.