O homem-do-ano n´A Bola-Nuno Gomes

Fonte
abola
A boa colheita de Nuno A BOLA lançou o desafio e o ponta-de-lança aceitou . Um olhar para o ano que termina e um brinde ao que chega. Com requinte, na companhia de uma bola de futebol, o sorriso e elegância de Nuno Gomes simbolizam, nesta última edição do nosso jornal em 2005, o que de melhor existe no futebol português. Dentro e fora dos relvados. Nuno é o melhor goleador em actividade, foi campeão pelo Benfica (após onze anos de jejum), marcou dois golos na vitória em casa do FC Porto (onde a águia não ganhava desde 90/91), é líder dos goleadores da Liga (12 tentos) e foi o capitão de equipa na histórica vitória sobre o Manchester United. Por tudo isso, ele é, para nós, o Homem do Ano, sucedendo a José Mourinho, nomeado em 2004. Para o leitor benfiquista, ele é e será, simplesmente, Nuno Golos. Paulo Esteves, o repórter fotográfico, ultima os pormenores, afina a máquina e está quase a apitar para o início da sessão. Nuno parece mais nervoso do que alguma vez pareceu naquele segundo mágico em que precisa de decidir se remata para a direita ou para a esquerda, na tentativa de enganar o guarda-redes. A camisola, o calção e as chuteiras dão lugar, neste jogo, a sapatos brilhantes e smoking elegantíssimo, o que o deixa pouco à vontade, na sua personalidade descontraída e simples. Mas não devia, porque Nuno joga um futebol elegante, que nada fica a dever ao deslizar de James Bond, em fato de gala, numa qualquer festa luxuosa no Dubai. Foi, aliás, com classe que o português conseguiu um dos melhores anos da sua carreira. Um ano de colheita rica. A maquilhagem Ainda antes de entrar em campo, o jogador do Benfica troca uma massagem para tonificar os músculos por longos quinze minutos com a maquilhadora. Alguns cremes revitalizantes depois e está pronto para começar. A primeira dificuldade não demorou a aparecer: como colocar na cintura a maldita faixa do smoking? Isso tem uma técnica, um segredo. E felizmente alguém o conhece. Finalmente aprumado dentro do fato, Nuno conclui, com satisfação, que está mais magro do que em anos anteriores, apesar dos fritos e doces que comeu no Natal. O 21 do Benfica começa agora a sorrir com mais facilidade, e a objectiva de Paulo Esteves, pronta a captar estes pedaços de vida, parece agora mais íntima. O objectivo do goleador do ano velho é simples e sincero: desejar a todos Boas Festas. O brinde Nuno Gomes pega então na garrafa de champanhe, finta a tradição da noite de 31 e antecipadamente brinda ao sucesso profissional, e a que todos possam sentir-se tão realizados e felizes com ele, ao lado da namorada, Patrícia. Como não é egoísta, passa a bola ao fotógrafo e executa uma diagonal perfeita para o sofá. Paulo Esteves não tem outro remédio se não devolver-lhe a +teamgeist, a bola mais redonda de sempre, prontinha a estrear no Mundial da Alemanha. Nuno já a conhece bem: foram apresentados numa acção de promoção da marca que ambos representam, Nuno e a bola. De baliza deserta, Nuno Gomes só teve de chutar para golo e fazer, fora dos relvados, o que melhor sabe: dar toques de simpatia, passes de sinceridade e remates de bom coração. «Não é puxar o saco, mas a sério que foste uma das pessoas que encontrei com maior disponibilidade para as fotografias, e olha que sou chato! Foste fantástico», confessa, no final, o repórter Paulo Esteves a Nuno Gomes. O ponta-de-lança sorri e ergue o flûte de champanhe em nome da saudação: «Feliz Ano Novo!» Para trás, ficam inesquecíveis momentos que Nuno Gomes aceitou partilhar com A BOLA. E é através dele, o nosso Homem do Ano, que desejamos a todos os desportistas um óptimo 2006.