Para esquecer...

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Fonte
slbenfica
O Benfica viu ser interrompida uma série de sete vitórias consecutivas na Liga, ao perder por 1-3, na Luz, perante o melhor Sporting da temporada. Apesar de ter estado em vantagem, o campeão nacional acabou por ser vítima dos seus próprios erros e da incapacidade de impor o seu estilo de jogo. A liderança pode ficar, assim, mais longe. Tendência surpreendente O ambiente, colorido por 64 mil pessoas, era magnífico; o jogo prometia emoção a rodos mas, ao fim de poucos minutos, já os adeptos benfiquistas apresentavam sinais de nervosismo nas faces. A justificação para tal estado de alma prendia-se com a maior capacidade do Sporting para lidar com a má condição do relvado (a chuva piorou ainda mais o estado do “tapete”...), perante um Benfica lutador, mas sem a reconhecida capacidade de circulação de bola e constantes trocas de posições que tem apresentado ao longo do “reinado” de Koeman. Sporting joga... Benfica marca Ainda assim, a partida nem começou mal para o Benfica, já que logo aos 2’ Petit teve a oportunidade de testar o seu forte pontapé na marcação de um livre directo (descaído para o flanco direito) ao qual Anderson, à boca da baliza, não conseguiu dar o melhor seguimento. Mas esse foi o único lance, em toda a primeira parte, em que o Benfica conseguiu construir uma verdadeira ocasião de golo. É que, como atrás referimos, o Sporting – com um meio-campo onde Custódio e João Moutinho (sempre ajudados por Sá Pinto e Carlos Martins) ganhavam batalhas sucessivas e serviam com rapidez os irrequietos avançados Liedson e Deivid – pegou no jogo e começou a criar algum pânico junto ao último reduto “encarnado”. O melhor exemplo disso mesmo surgiu aos 19’, quando Moutinho brilhou na direita, antes de desmarcar Sá Pinto. O 10 centrou de forma perfeita para o remate de primeira do “levezinho”. Seria um golo de belo efeito, mas a bola saiu a rasar o poste. Não se pense, no entanto, que o Benfica foi sempre manietado pelo Sporting. A equipa benfiquista, num estilo mais perto daquele que o levou ao título, apresentou em Luisão e Anderson as bóias de salvação, a que se juntavam os guerreiros Beto e Petit. Pena foi que Manduca e Geovanni não conseguissem servir Nuno Gomes, enquanto que Simão raramente tinha oportunidade de impor a sua velocidade diante de Abel. Ainda assim, e sem nunca perder de vista a baliza contrária (apesar de actuar de forma retraída), o Benfica conseguiu chegar ao golo. Aconteceu aos 27’, quando Custódio cortou uma bola com a mão. Chamado a converter a grande penalidade, Simão rematou para a esquerda... vendo Ricardo voar para a sua direita. Pensou-se que o Benfica partiria, então, para uma grande exibição, mas o Sporting reagiu da melhor forma e esteve por várias vezes perto do golo. O primeiro a avisar foi Sá Pinto, num cabeceamento a que Moretto correspondeu com defesa segura. Depois, aos 37’, foi Carlos Martins a estoirar ao poste. Nesse mesmo lance, o brasileiro lesionou-se numa anca e isso reflectiu-se em duas falhas que teve em lances consecutivos, nos quais Liedson e Deivid estiveram perto de marcar. Ainda assim, aos 43’, Moretto redimiu-se com a defesa da noite, voando para desviar um remate de Sá Pinto. Chegava o intervalo e a nação benfiquista sentia que era demasiadamente cedo para festejar a vantagem no marcador... Prever o pior E tinham razão os benfiquistas... É que o Sporting entrou na segunda parte novamente a mandar no jogo e prometendo marcar. Os “leões” tinham mais bola, velocidade e confiança. Koeman sentiu que a sua equipa estava a perder o controlo da situação e reforçou o meio-campo, trocando Manuel Fernandes por Manduca. Ainda assim, ao colocar Nani no lugar de Carlos Martins, Paulo Bento deu ainda maior fluidez ao seu meio-campo e, aos 64’, retirou os respectivos dividendos. Beto acertou, sem intenção, em Liedson no lado esquerdo da área e Pedro Henriques (a sinal do seu auxiliar, tal como acontecera no penalty apontado a favor do Benfica) assinalou o castigo máximo que Sá Pinto se encarregou de converter, conseguindo colocar a bola por debaixo dos quase dois metros de altura de Moretto. Pecados mortais O treinador do Benfica, Koeman, não gostava do que via e apostou em Marcel, retirando Beto, mas as coisas ficaram ainda piores quando Alcides cometeu dois erros consecutivos e permitiu que Liedson marcasse dois golos entre o minuto 73’ e 82’. Se no primeiro lance, o brasileiro ainda conseguiu iludir Luisão antes de rematar em força para o fundo das redes, no segundo momento teve apenas de fintar Moretto e atirar para o 1-3, colorindo a melhor exibição do Sporting nesta temporada e castigando severamente um Benfica irreconhecível. Um Benfica, diga-se, que cometeu nesta partida o pior dos pecados: não praticou o seu típico futebol de rápidas trocas de bola, tentando, antes, consecutivos lançamentos que a defesa do Sporting soube contrariar sempre da melhor forma. Resta ao Benfica redimir-se perante os adeptos e buscar a vitória em Leiria já na próxima jornada.