Pinto da Costa alegou

Submitted by SLBBB on
Fonte
sportugal
É conhecida a história que envolveu Jacinto Paixão e o FC Porto. O árbitro envolvido no processo “Apito Dourado” foi acusado de ter favorecido os dragões no jogo frente ao Estrela da Amadora disputado a 24 de Janeiro de 2004, a contar para a Liga. O processo acabou por ser arquivado pelo Ministério Público (MP) e eventualmente acabou esquecido nas prateleiras do DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal). O que ainda não foi tornado público é a outra face da história, ou seja, as alegações de defesa do presidente portista, Jorge Nuno Pinto da Costa, feitas perante a Juíza Ana Cláudia Nogueira, na primeira inquirição como arguido no processo. O líder dos dragões foi ouvido pelo MP no dia 7 de Dezembro de 2004 – coincidindo com um FC Porto-Chelsea, no Estádio do Dragão – para se defender das acusações de que era alvo, no âmbito do processo que abalou o futebol português. Neste caso, e concretamente em relação ao jogo FC Porto-Est. Amadora, Pinto da Costa foi acusado de Corrupção Desportiva Activa. O Sportugal revela, em primeira mão, as respostas do dirigente azul e branco sobre as suspeitas de envolvimento com o árbitro da partida, Jacinto Paixão. A acusação afirma que o FC Porto, na pessoa do seu presidente, pagou, alegadamente, serviços sexuais prestados por prostitutas aos árbitro do encontro. Pinto da Costa alega que “o FC Porto nunca subsidiou prostitutas para árbitros”, e que neste caso seria impensável isso acontecer, pois “corria [o boato] no mundo futebolístico que ele [Jacinto Paixão] seria homossexual”. Ao seu estilo, o presidente portista acrescenta ainda que considera Jacinto Paixão “um mau árbitro” e que “não beneficiou em absolutamente nada” o FC Porto nessa partida. “Fomos mesmo mais prejudicados pelas suas asneiras”, comentou. Na história da “fruta” para Jacinto Paixão e seus auxiliares (José Chilrito e Manuel Quadrado), Pinto da Costa explica que António Araújo passa muito tempo no Brasil e por isso pensou que “fruta” fosse dinheiro, já que o FC Porto devia “cerca de 130 mil dólares” ao empresário. “António Araújo é detentor de 50% do Corinthians Alagoano e nessa medida tem negócios com o FC Porto relacionados com transferência de jogadores”, refere o presidente dos dragões para explicar o teor da conversa telefónica mantida com Araújo. Quando o empresário utilizou a expressão “estou sempre ao dispor”, o dirigente portista diz que pensa ter sido relacionado com o facto do clube azul e branco estar em dívida para com António Araújo. O empresário adiantou o dinheiro da dívida do FC Porto ao Corinthians Alagoano, que foi depois sendo pago pela conta corrente dos dragões a Araújo. Confrontado com o facto de usarem a sigla “JP” nas conversas, como código, Pinto da Costa defende-se dizendo que pensou que António Araújo se estivesse a referir a Joaquim Pinheiro - irmão de Reinaldo Teles, administrador da SAD portista -, um amigo deste, que ia ter com o líder portista ao estádio para o jogo. E como Joaquim Pinheiro “é casado e tem filhos” e a conversa era sobre companhias femininas, Pinto da Costa considerou que era melhor referir apenas as siglas JP na conversa que manteve com o empresário. Jacinto Paixão foi o “bode expiatório” Confrontado com as declarações de Pinto da Costa, o advogado de Jacinto Paixão afirma ao Sportugal que teve conhecimento das mesmas “recentemente” e que o seu cliente equaciona agir judicialmente contra o presidente do FC Porto. António Pragal Colaço revela que o acesso ao processo lhe foi vedado porque “o MP invocou segredo de justiça” e por isso “só há pouco tempo soube disso”. “Mas estamos a equacionar colocar um processo a Pinto da Costa por difamação”, sublinha. “Jacinto Paixão não é homossexual. Isso é um atentado ao bom nome e à honra dele”, sublinha o advogado. “Foi uma tirada infeliz do presidente do FC Porto”, continua, “que não corresponde à verdade”. “Assim que isto for tornado público, vou reunir com Jacinto Paixão e vamos avançar com o processo”, avisa. António Pragal Colaço explica melhor a situação do ex-árbitro: “Ele vive num meio pequeno e fechado, onde os costumes têm muita força. Além disso, é casado e tem filhos, e estas acusações vão-lhe causar muitos problemas.” “Por isso vamos pedir uma indemnização pelos danos que isto venha a causar”, destaca. Em relação ao sentimento de Jacinto Paixão após todos os problemas causados pelo “Apito Dourado”, o advogado admite que o ex-árbitro está “contente porque o processo foi arquivado, mas triste porque acabou por ser a única pessoa prejudicada entre todo o processo, sem que se tenha provado a sua influência no supracitado FC Porto-Est. Amadora”. “Como é óbvio, Jacinto Paixão foi o bode expiatório de tudo isto. Todas as outras pessoas acusadas continuam no futebol”, conclui Pragal Colaço.