A pior derrota

Fonte
A Bola
«É duríssimo perder um derby em casa.» O desabafo tem a assinatura de Ronald Koeman. E o treinador do Benfica, com larga experiência enquanto futebolista e outra menor, mas, naturalmente, não menos importante, na suas actuais funções, sabe do que está a falar. Conhece o que se passa no seu país, entre o Ajax e o Feyenoord, em Espanha, com Real Madrid e Barcelona, em Itália, nos duelos dos emblemas de Milão, isto é, Milan e Inter, em Inglaterra, com Manchester United e Liverpool, ou ainda, para citarmos só mais um exemplo no futebol europeu, com os gregos Olympiakos e Panathinaikos. Nem todos derbies, seguramente todos grandes clássicos. Para a nação benfiquista, perder com qualquer emblema, independentemente da prova, seja ela nacional ou de carimbo uefeiro, é coisa de deixar os nervos em franja, mas quando o desaire acontece frente ao Sporting, e na Luz, então a alma benfiquista entra em desespero, o sorriso transforma-se, num ápice, em tristeza e desconsolo lavados em lágrimas. Não havendo vencedores antecipados, muito menos em jogos entre os dois maiores rivais do futebol português, quase se poderiam contar pelos dedos os benfiquistas que admitiam outro resultado que não fosse a vitória do seu clube diante do Sporting. As incertezas cingiam-se, unicamente, aos números, ou seja, com quantos golos sofridos regressariam os leões a Alvalade. Foi o que se viu. E o que se verá ao Benfica daqui para a frente? Qual a reacção da equipa comandada por Koeman a esta dolorosa derrota? Qual a reacção da massa associativa benfiquista a um desaire que dificilmente aceita diante de qualquer adversário mas que não consegue engolir quando do outro lado está o Sporting? Os responsáveis benfiquistas têm assumido uma empatia entre a massa associativa e a equipa, especialmente depois da vitória frente ao Manchester, um fio condutor vitorioso a passar das bancadas para o relvado. Daí a expectativa, face ao descalabro de anteontem, sobre como os dois lados vão reagir. O futuro do Benfica, tanto entre muros como na Liga dos Campeões, dependerá da rapidez com que o desalento e a frustação sejam pontapeados.