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SLBenfica
A bola faz parte da vida de Fabrizio Miccoli. Até no amor, quem diria. Flaviana, a esposa, sorri quando recorda a forma como se conheceram. "Ele estava a jogar à bola na rua e eu ia a passar. Fez um remate contra as minhas pernas, de propósito, e a partir daí começámos a falar", conta. Namoraram seis anos e estão casados há três. Swami, que tem precisamente três anos, é o orgulho do casal e já vibra com os golos do pai. Na temporada passada, com Miccoli a actuar pela Fiorentina por empréstimo da Juventus, Swami aprendeu a gritar "Força viola", mas agora é o vermelho que a move. "Força Benfica", diz a petiz, envergonhada e ensonada. E o próximo filho do casal vai chamar-se Diego, se for rapaz, em homenagem a Maradona. Está decidido.
Passem a bola!
As memórias dos amigos e familiares de Miccoli estão bem vivas. Fabio Terron, vocalista dos Sud Sound System, recorda. "Aos cinco, seis anos já todos tínhamos percebido que ele seria um craque. Era um fenómeno com a bola! O problema era nas peladinhas... Uma guerra sempre que não lhe passavam a bola, ficava logo chateado e amuado... Ele ama e sempre amou o futebol" Antonio Marchello, seu treinador nas camadas jovens do Lecce, também nunca teve dúvidas. "Não cresceu assim tanto, era mais ou menos deste tamanho", brinca, acrescentando. "Desde cedo que já se via o seu talento, um líder dentro do campo." Fotos da escola não há muitas... O pai, Enrico, vai mostrando à nossa reportagem as fotografias da infância de Miccoli e graceja. "Fotografias dos tempos de escola não há muitas..." Sim, porque Fabrizio queria era jogar à bola. Aos 17 anos ainda entrou para a escola profissional de electrotecnia, mas não havia nada a fazer. "Foi sempre assim desde que tinha um ou dois anos. Andava sempre com a bola para trás e para a frente, não parava quieto", recorda Enrico.
Muito humilde
Seria fastidioso estar a colocar nestas páginas as opiniões de todos os amigos e familiares de Miccoli com quem falámos. Porque todas definem Miccoli numa palavra: humilde. Fabrizio nunca mudou uma vírgula que fosse na sua forma de ser, apesar da fama e do dinheiro. "A popularidade não lhe subiu à cabeça, tem um carácter raro", garante Fabio Terron. Titto, outro dos amigos, subscreve. "Podemos contar com ele para tudo, é bravíssimo!" Os pais também têm orgulho por ter sido sempre "um bom filho". "É bravo com toda a gente ", diz a mãe Enrica. A mulher Flaviana limita-se a acenar com a cabeça. Miccoli é amado.