Quem é Léo

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Fonte
Gazeta Esportiva
Ninguém esconde a competência do técnico Luiz Felipe Scolari, que tem em seu currículo títulos brasileiro, da Copa Libertadores da América e da Copa do Mundo de 2002 com a seleção brasileira. Brilha também, mais recentemente, com a seleção portuguesa.No entanto, o tempo mostrou que ele não é perfeito, já que errou feio na análise do futebol do lateral-esquerdo Léo. Na época em que o jogador passou pelo Palmeiras, em 1999, Felipão optou por sua dispensa, após seis meses sem dar grandes oportunidades ao atleta até para treinar. Coisas que acontecem no futebol. Os clubes cariocas também devem ter uma grande frustração no caso de Léo. Nascido na capital carioca, o jogador iniciou a carreira profissional no Americano de Campos, em 1996. Mas nenhum dos grandes do estado - Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo - abriu os olhos para o jogador, que, no ano seguinte, foi parar no interior de São Paulo, na cidade de Araras, para atuar no União São João, uma fábrica de talentos no futebol brasileiro, como aconteceu com outro lateral importante no Brasil, Roberto Carlos, atualmente no Real Madrid, da Espanha. A sorte ficou com o Santos, que apostou no talento do jogador. Léo desembarcou na Vila Belmiro em julho de 2000. Sua missão não era fácil, já que a equipe da Baixada vinha de um jejum de títulos desde o Campeonato Paulista de 1984. Além disso, a lateral esquerda era considerada uma posição maldita pela torcida. Nomes como Dutra, Gustavo Nery e Rubens Cardoso foram alvos de muitas críticas da imprensa e dos santistas. Mas Léo rapidamente conquistou a torcida com sua velocidade, dribles e assistências. Em 2001, quase ajudou o Santos a vencer o Campeonato Paulista. Mas a equipe acabou eliminada pelo Corinthians na semifinal de uma forma trágica, com um gol nos acréscimos do meia Ricardinho. "Estávamos com a vaga da final na mão. E iríamos enfrentar o Botafogo de Ribeirão Preto na decisão, mas aconteceu a desgraça que todos já conhecem. Não gosto de lembrar daquilo", afirma. No entanto, a volta por cima do Santos veio no ano seguinte. Com o técnico Emerson Leão, Léo melhorou ainda mais seu futebol e ficou como uma das principais armas ofensivas da equipe na conquista do título brasileiro de 2002. Assim, seu brilho não ficou ofuscado pela ascensão de valores importantes na Vila Belmiro, como o zagueiro Alex, os meio-campistas Renato, Elano e Diego e o atacante Robinho. Em 2003, Léo esteve próximo de rechear ainda mais o currículo com conquistas, já que participou das campanhas da Libertadores e do Brasileiro em que o Santos terminou no segundo lugar. Mesmo assim, o jogador não quis saber de falta de motivação. Por isso, manteve a força e, em 2004, com Wanderley Luxemburgo no comando, voltou a comemorar um título brasileiro para o time da Vila Belmiro novamente cheio de estrelas, como Deivid e Rircardinho, além dos "velhos companheiros" Robinho e Elano. Metas a cumprir - A regularidade é a principal qualidade de Léo no Santos. Com certeza, o torcedor não consegue lembrar de algum jogo em que o atleta foi criticado. Por isso, o bom desempenho vem trazendo especulações sobre uma transferência desde 2002 para países da Europa. Mas o jogador tem adiado esse sonho de atuar no velho continente. É uma prova do carinho que sente pelo clube que defende há mais de 250 partidas. "Devo tudo o que tenho dentro do futebol ao Santos, que acreditou no meu potencial. Sofri muito enquanto estive no Palmeiras e passei por coisas que nenhum jogador merece", lembra. Além do objetivo de atuar no exterior, Léo não consegue esconder a frustração pela falta de chances na seleção. Sua grande oportunidade de atuar pelo Brasil aconteceu na Copa das Confederações de 2001. Na época, o então técnico Emerson Leão não pôde levar as principais estrelas. Léo foi titular, mas o time fracassou no torneio e o atleta acabou esquecido pelos técnicos que sucederam Leão. Quem sabe o jogador não possa ganhar a esperada oportunidade até 2006, ano da Copa do Mundo da Alemanha.