Rui Santos, que se afigurava como um dos candidatos à presidência do Benfica, retirou-se da corrida, em desacordo com a alteração "das regras relativas ao acto eleitoral"

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Rui Santos abdica da candidatura Rui Santos, que se afigurava como um dos candidatos à presidência do Benfica, retirou-se da corrida, em desacordo com a alteração "das regras relativas ao acto eleitoral", revelou hoje, em comunicado, o antigo dirigente do clube da Luz. Um dia depois do actual presidente, Luís Filipe Vieira, ter anunciado que se recandidatava a novo mandato, Rui Santos preferiu afastar-se, por recusar associar-se a uma decisão dos órgãos sociais do clube "encarnado" que não passou por uma consulta prévia aos sócios. A 27 de Outubro, dia das eleições, os sócios poderão votar via Internet, uma novidade que, segundo Rui Santos, obriga a definir previamente uma fórmula "que assegure que esse voto é secreto e exercido pelo próprio". "Questionei-me (...) se faria sentido aceitar sacrificar a minha vida pessoal para participar num processo eleitoral com regras alteradas nas condições que todos conhecem e com as quais não concordo", explicou Rui Santos na missiva. Neste sentido, o antigo vice-presidente do Benfica entendeu que participar no processo eleitoral "significaria caucioná-lo". Entre algumas propostas, Rui Santos pediu inclusivamente que seja revisto o método eleitoral, pois entende que o voto por e-mail "não dá garantias que possa ser secreto e muito menos pessoal, como consagram os estatutos do clube". A "rápida revisão" dos estatutos, que assegurem, pelo menos, a maioria dos votos em todas as sociedades participadas pelo Benfica, a criação de um órgão intermédio entre Direcção e Assembleia Geral e a apresentação de propostas de "regeneração" do futebol português são alguns dos conselhos deixados por Rui Santos. Neste processo de regeneração, para "acabar de vez com as suspeições", Rui Santos defende uma reconciliação entre os três grandes de Portugal. "Benfica, FC Porto e Sporting devem continuar rivais mas unir- se pela regeneração do futebol português e esse objectivo deve estar acima de quaisquer conflitos ou ambições de natureza pessoal ou outra", sublinhou. Com a "saída de cena" de Rui Santos, Luís Filipe Vieira fica isolado na corrida às eleições no Benfica, embora o jurista António Pragal Colaço - que chegou a ser assessor de Manuel Vilarinho, ex-presidente do clube da Luz - continue a ponderar uma eventual candidatura.