SIMÃO sai ou não?

Fonte
abola
Em Inglaterra, são vários os círculos onde se comenta que Simão Sabrosa deverá mesmo deixar o Benfica antes do final de Janeiro. Segundo informações a que A BOLA teve acesso, um empresário estrangeiro bem colocado no futebol inglês terá já manifestado a intenção de apresentar aos encarnados a proposta que estes desejam: 20 milhões de euros pelo extremo. A ideia é transferi-lo para Inglaterra mas não se sabe ainda ao certo o nome do clube para o qual se mudará Simão. Parece uma operação confusa mas não é; tenta-se apenas mantê-la em segredo. Não se admirem os benfiquistas se Simão Sabrosa deixar a Luz bem antes do final deste mês. Apesar de os responsáveis encarnados exigirem uma alta quantia para libertar o jogador, é muito provável que um empresário estrangeiro (muitíssimo bem colocado no futebol inglês e próximo, ao que se sabe, do agente-FIFA português Jorge Mendes) faça chegar a Lisboa a proposta de 20 milhões de euros desejada na Luz. Informações recolhidas nos últimos dias por A BOLA indicam que o interessado empresário (que, nos últimos tempos, terá feito mesmo algumas operações com Jorge Mendes) se responsabilizará depois pela colocação de Simão num clube inglês de top, e poderiam ser três as possibilidades: Liverpool, Manchester United ou mesmo Chelsea. Tenta-se obviamente manter em segredo o desenho da possível operação, que, no fundo, envolverá também a acção de Jorge Mendes, empresário com quem o presidente encarnado, Filipe Vieira, mantém, como se sabe, as melhores relações. Clima tenso O presidente do Benfica sempre afirmou querer manter Simão na Luz mas, ao mesmo tempo, revelou sempre noção da realidade e nunca escondeu ter de deixar Simão partir um dia. Fontes encarnadas garantem a A BOLA que a SAD da Luz exige 20 milhões de euros para libertar o seu "capitão" e mais valioso jogador das últimas épocas encarnadas. Acontece que, pelos vistos, esses 20 milhões de euros não serão obstáculo intransponível à saída do número 20. Por outro lado, na Luz, já deixaram de ser classificados apenas como rumores os relatos de clima alegadamente tenso na relação entre Simão e José Veiga. Há muito que capitão e responsável pelo futebol estarão de costas voltadas; pelo menos, há sensivelmente dois meses (mais precisamente a 6 de Novembro, dia do jogo com o Rio Ave na Luz) Simão e Veiga terão sido protagonistas de uma cena de conflito, então testemunhada, segundo as fontes de A BOLA, pelo presidente Filipe Vieira, pelo treinador Koeman, e por vários jogadores. Veiga sempre defendeu permanência É verdade que José Veiga sempre defendeu a permanência de Simão no Benfica. Mesmo no fim do Verão, quando o Liverpool lançou o ataque ao jogador e esteve em Lisboa para o contratar, Veiga afastou-se por discordar em absoluto da eventual venda. Como se sabe, Benfica e Liverpool não chegaram a acordo, mas ficou, pelo menos, no ar a ideia de que Simão poderia sair em Janeiro ou, na pior das hipóteses, no final desta época. Pelo que se sabe, José Veiga considera Simão jogador importantíssimo para o Benfica poder lutar pelos seus objectivos. Mas nos bastidores da Luz insinua-se, por exemplo, que o responsável do futebol não será propriamente um apreciador da forma como Simão exerce o seu posto de capitão e isso desagradará ao jogador; além disso, considerará Simão não ter sido devida e rigorosamente informado sobre a lesão que já o afastou de 9 jogos. Outro motivo pelo qual se terá degradado a relação entre ambos parece ter que ver com o modo como Simão se sentiu magoado ao ver-se multado por dar uma entrevista à SportTv no âmbito da apresentação das novas botas da marca desportiva que o patrocina, a ele mas também ao Benfica. Inevitável Serão assim vários os factores que se conjugarão para o que parece inevitável: a saída de Simão do Benfica. A essa inevitabilidade não será, certamente, alheia a contratação de jogadores como Manduca ou Laurent Robert, qualquer deles vocacionado para jogar nas alas do ataque. Falta apenas saber que pressão fará Simão para sair já. Como um dia lembrou José Mourinho, quando um jogador quer deixar um clube, acaba por consegui-lo. Mais tarde ou mais cedo.