Sofrer para sonhar

Fonte
SLBenfica
Num jogo em que revelou uma enorme capacidade defensiva, o Benfica (fragilizado pelas lesões) soube sofrer e garantir um empate que lhe permite continuar a sonhar no apuramento para a fase seguinte da Liga dos Campeões. É que, ao empatar em casa com o Villarreal (0-0), o Manchester United deixou as contas na mesma. Assim, o Benfica tem de ganhar aos ingleses para seguir em frente. A Luz vai conhecer a decisão... Atípico Foi estranho o primeiro tempo deste jogo. Estranho pelo clima em que se desenrolou a partida, já que os zero graus centigrados eram completamente esquecidos pelos mais de 40 mil adeptos benfiquistas presentes na bancada do Stade de France, casa emprestada ao Lille e palco da final da Liga dos Campeões desta época. Estranho porque muitos relvados da II Liga portuguesa faziam inveja aos tratadores da relva (se é que eles existem) do estádio nacional francês. Também dentro das quatro linhas a partida foi estranha, quanto mais não seja pela lesão de Miccoli, que cedeu o seu lugar a Mantorras a poucos minutos do final da primeira parte, pela inclusão de quatro centrais no “onze” elaborado por Koeman (Alcides estreou-se a titular), de Beto ao lado de Petit (Manuel Fernandes ficou no banco) e da subida dos laterais Nélson e Léo para o ataque. Assim, o Benfica conseguiu suster, com maior ou menor dificuldade, o ímpeto do Lille (demasiadamente dependente de Acimovic e Moussilou), mas raramente conseguiu atacar. Sem alguém que coordenasse o jogo, falhando muitos passes e sendo pouco incisivo, o Benfica contribuiu para uma primeira parte sem grandes momentos de emoção. Apenas aos 25’ cheirou a golo, do Lille, mas Moussilou rematou por cima, após fintar Anderson. Aquela última jogada... As características do jogo não mudaram muito ao longo da etapa complementar. Enquanto que o Lille tentava empurrar a equipa portuguesa para o seu último reduto através de um futebol atabalhoado, o Benfica era uma autêntica parede nas missões defensivas mas mantinha muitas dificuldades em sair a jogar em contra-ataque. Apesar do intenso apoio dos emigrantes, o campeão nacional não conseguiu mandar numa partida em que ficou sempre a impressão que um Benfica mais forte poderia fazer estragos na defesa adversária. Assim, e enquanto o jogo se arrastava para o final, ia pairando no ar o empate. O único momento em que tal situação foi posta em causa surgiu aos 88’, quando Dernnis aproveitou uma sobra de bola à entrada da área para estoirar para uma tremenda defesa de Quim. Ainda assim, foi em pleno minuto 94 que Luisão ganhou uma bola aérea na sequência de um canto bem marcado por Petit e Mantorras rematou, em plena pequena-área, por cima. Assim, na última jogada do encontro, o Benfica acabou por ficar por uma unha negra da vitória num jogo em que foi “programado” para conseguir, em primeira instância, o empate. Missão cumprida. Agora, venha o Manchester. E como a Luz vai escaldar...