Capital do Futebol Espectáculo!

Submitted by Pedro Neto on

A entrada demolidora do Benfica no jogo chegou para, depois de marcar, controlar as incidências. Isto, apesar de alguns percalços originados pelo nervosismo aquando do golo do Paços. Houve alguma azelhice do adversário na finalização, é verdade, mas o Benfica também teve várias oportunidades para sentenciar, de vez, o jogo. Foi um grande espectáculo de futebol, isso ninguém tem dúvida, que permitiu a consolidação da 2ª posição na tabela!

Na globalidade vimos uma grande exibição do Benfica, com uma vitória justa e valorizada por um excelente, mas por vezes duríssimo, Paços de Ferreira.
Continua incompreensível o facto de haver jogadores esgotados, e outros em risco de suspensão, insistindo Fernando Santos nas duplas substituições aos 90+2 minutos.

“Entrada a Matar”

Logo aos 8 minutos, e na sequência de um forte pressing inicial, Simão fez reaparecer uma das suas grandes especialidades: os exímios livres directos. Não se poderá dizer que o golo surge contra a corrente de jogo, porque até aí, e como se costuma dizer, só deu Benfica. Karagounis foi o principal impulsionador do ataque benfiquista - bem apoiado pelo capitão e pelo irrequieto Miccoli -, tendo sofrido várias faltas naquelas típicas jogadas de confronto individual.
O golo deu a tranquilidade necessária e impulsionou o Benfica para uma meia hora de grande fulgor atacante, remetendo o Paços ao seu meio-campo defensivo. Foi sem surpresa que o marcador se avolumou, na sequência de mais um lance de pura classe de Karagounis. O grego, depois de “limpar” Geraldo de forma “enciclopédica”, cruza para Nuno Gomes, e o #21 finaliza de cabeça para um golo de grande espectáculo. Merecido e sintomático, diga-se!

Há que dizer, também, que o tento de Fahel que reduziu a contenda teve consequência de um evidente crescer dos pacenses… isto por volta dos 40 minutos. Apareceram algumas jogadas perigosas, a que Quim se opôs superiormente, mas o #12 nada poderia fazer quando a sua defesa fica aos papéis na sequência de um canto. Canto, esse, já originário de um estoiro perigosíssimo de Geraldo, a que Quim se opôs de forma magistral.
Mas voltemos ao golo pacense, onde a defesa comprometeu de forma evidente. Ao dar muito espaço no jogo aéreo e falhando as marcações por completo, o Benfica permitiu que o Paços reduzisse o resultado, causando algum frisson, já que o intervalo surgiu logo depois. Havia alguma apreensão nas hostes encarnadas!

O início de 2ª parte confirmou o que de pior tínhamos visto ao Benfica, naqueles minutos finais antes do intervalo. Em 10 minutos as coisas complicaram-se e o Paços teve um lance claro onde poderia ter feito o empate. Luisão perde o duelo individual, e deixa que Fahel assista João Paulo, que falha o golo por centímetros.
O medo do empate terá acordado Simão & Lda, que não mais deram hipóteses à equipa da Capital do Móvel. A jogada do 3-1 é formidável, com Fabrizio Miccoli a explanar todo o seu potencial técnico, permitindo o cabeceamento decisivo ao seu colega e amigo.
Resultado feito, havia que controlar a partida… e isso o Benfica sabe fazer como ninguém!

Zorba, o Grande…. e ninguém segura o Super-Capitão

A nível individual há que destacar o inevitável Simão Sabrosa, Petit e o grego Karagounis, que terá feito a melhor exibição de sempre com a camisola do Benfica.
De Simão e de Petit já se foi dizendo tudo, ao longo desta época, mas foi de Karagounis que se viu grande espectáculo. Por vezes algo complicativo na forma como segura muito a bola, mas neste jogo o grego mostrou a classe que levou o Inter de Milão a contratá-lo. Timings impecáveis, velocidade de execução, colocação de bola irrepreensível e até mostrou pormenores individuais, no capítulo da finta, de grande classe. A forma como dá o golo a Nuno Gomes só está ao alcance dos grandes jogadores! Apesar dos dois golaços de Simão, foi o melhor em campo!

Deve destacar-se, também, a classe de Miccoli na área contrária e a enorme exibição de Nuno Gomes… valeu a pena ficar a “aquecer” o banco na Roménia. Seria inevitável que regressaria em força e em categoria, é fundamental para o Benfica que consiga estar em forma no maior número de jogos possível. A sua veia goleadora será decisiva!
Não será justo destacar ninguém pela negativa – apesar de alguns erros individuais comprometedores, sensivelmente dos 40 aos 60 minutos –, porque toda a equipa exibiu-se em grande plano. Que seja sempre assim, principalmente quando houver deslocações.

Título em aberto

A próxima jornada vai decidir muita coisa, assim como todas as outras jornadas até ao confronto do título marcado para a 23ª ronda. Há muita curiosidade para saber quem vai substituir o fundamental, mas castigado, Luisão na Vila das Aves!

 

Ficha de Jogo:

19ª Jornada da Liga BWin

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Paulo Paraty (Porto)

SL BENFICA – Quim; Nélson, Luisão, Anderson e Léo; Katsouranis, Petit, Simão (João Coimbra, 90+2 m) e Karagounis (Derlei, 83 m); Fabrizio Miccoli e Nuno Gomes (Paulo Jorge, 90+2 m).

PAÇOS FERREIRA – Peçanha; Mangualde, Geraldo, Luiz Carlos e Antunes; Elias (Mojica, 82 m), Paulo Sousa e Fahel (Leanderson, 63 m); Edson, João Paulo e Cristiano (Ricardinho, 69 m).

Disciplina: Amarelos a Elias (9 m), Edson (20 m), Mangualde (23 m), Fahel (31 m), Luisão (49 m), Katsouranis (64 m), Luiz Carlos (65 m) e Ricardinho (82 m).

Golos: 1-0, Simão (8 m); 2-0, Nuno Gomes (33 m); 2-1, Fahel (45+1 m); 3-1, Simão (66 m).