Hóquei: Luta contra o sistema

Ponto da situação

Já na 2ªvolta (vão disputadas 15 jornadas), o Benfica segue em segundo lugar, a 8 pontos do FC Porto, sendo improvável que consiga alcançar o seu rival e assim perder o factor casa numa hipotética final de play-off entre os 2 clubes, no ano de estreia do novo modelo. O Porto só perdeu pontos 1 vez, com um empate na Luz, mas também ganhou 4 ou 5 vezes pela margem mínima, sempre com golos de Penalty ou livre directo no último minuto das partidas, e em que os seus adversários saíram sempre com queixas das equipas de arbitragem, a quem Franklim Pais e Ilídio Pinto passam as mãozinhas sobre os ombros durante as partidas, sem ninguém se importar com isso.

Em alta: A defesa
É de longe a melhor defesa do campeonato (20 golos sofridos em 15 jogos). Liderada por um Carlos Silva cada vez mais experiente, este é o sector do Benfica que menos preocupa, pois joga concentrado e realmente funciona bem. Pena que a nível ofensivo as coisas não sejam iguais...

Em baixa: Mariano e Ricardo Barreiros
São até ao momentos os elos mais fracos desta equipa. Em fim de contracto, o capitão Mariano não parece com grande vontade de o renovar. Se a defender está imperial, como é seu timbre, o ritmo lento e previsível como conduz os ataques do Benfica já roça o desespero e a inconsequência do ataque benfiquista tem base nisso e também, mais uma vez, no génio apagado de Ricardo Barreiros. Depois de uma temporada de estreia no Benfica de grande nível, a época passada começou a marcar o declínio do tecnicista, que por vezes mais parece um veterano na curva descendente da carreira, o que é ridículo, visto tratar-se de um atleta à beira de completar 25 anos. Barreiros terá necessariamente de jogar de forma mais agressiva, mais alegre e pôr na ponta do stick todo o seu valor e assumir todo o potencial que mostrou ao longo destes anos.

A revelação: Carlitos
Tem ganho cada vez mais espaço na equipa, mais minutos e até já foi titular. O jovem de jogador de 23 anos, na 2ªépoca no clube, tem assumido um papel mais importante na equipa, pagando por vezes pelo seu ímpeto e pela sua maneira agressiva de jogar. Paga no entanto pela ambiguidade das atitudes do seu treinador, que ora diz para os jornais que os jogadores do Porto “metem a cabeça onde os nossos têm os patins”, insinuando que o Benfica tem de jogar mais duro, ora reprimende os seus jogadores quando têm esse tipo de atitude... assim, é complicado.

A figura: Tó Silva
Foi sem dúvida um excelente reforço. Lidera a tabela dos marcadores, com 23 golos em 15 jogos, e tem-se assumido como o finalizador de serviço das jogadas ofensivas. Batalhador, Tó Silva só não faz mais porque... não pode. É que a condução da bola até si é muitas vezes mal feita e sem munições, o matador não dispara.

A rever: Pedro Afonso

Fruto de um desentendimento visível com o seu treinador, passou muitos jogos sem sequer sair do banco. Sendo um excelente jogador, apesar do feitio impulsivo, não se percebe como pode ficar tanto tempo arredado da equipa. Quando entra, o Benfica por norma joga mais rápido e perigoso, e no entanto a grande figura da fase final da época transacta, está eclipsada sem se saber muito bem porquê e sem ninguém também quer saber porquê. Num desporto de plantel curto, é injustificável que se “encoste” um jogador com este talento e que joga com muito mais paixão do que alguns dos seus companheiros.

Perspectivas: ???

Primeiro os benfiquistas querem ver a equipa a jogar toda com atitude e de forma inequívoca, dominado claramente as partidas. Só depois o Benfica poderá passar para o combate à equipa do FCP/FPP, num combate normalmente desleal, mas que a última vez que o Benfica teve perto de vencer foi em 2005, na final da Taça do Entroncamento. O objectivo declarado de roubar o título ao FCP parece complicado, cabe à equipa demonstrar o contrário e dar a grande alegria aos adeptos, que desde 1997 não festejam um título de campeão nacional de hóquei em patins.