Tribunal de Cascais suspende processo Dexia-Veiga

O processo interposto pelo Dexia Banque International contra José Veiga, antigo director-geral da SAD do Benfica, foi hoje suspenso, sem que os seus intervenientes tenham explicado as razões. À saída do terceiro Juízo Cível da Comarca de Cascais, o advogado de José Veiga, Pedro Garcia Correia, escusou-se a prestar declarações, enquanto o representante do banco luxemburguês, Miguel Esperança Pina, adiantou apenas que o processo foi suspenso e recusou- se a acrescentar mais pormenores, alegando razões deontológicas. Compareceram à audição duas testemunhas, funcionárias do banco, mas que acabaram por não prestar depoimento. O Dexia Banque International moveu um processo cível ao ex-dirigente do Benfica por alegada dívida, o que originou o arresto de bens do empresário. O antigo director-geral da SAD do Benfica, que entretanto se demitiu do cargo, foi surpreendido há duas semanas com uma providência cautelar apensa ao processo do banco centro-europeu, vendo os seus bens, entre móveis e aparelhos de alta fidelidade, arrestados por funcionários judiciais da sua casa de Birre, Cascais. No mesmo dia, José Veiga assumiu não ter condições para continuar a ser o «homem forte» do futebol do Benfica, apresentando a sua demissão, aceite pelo presidente «encarnado», Luís Filipe Vieira, um dia depois. No processo está em causa uma verba de cerca de um milhão de euros, relacionada com acções da Superfute, a antiga empresa de representação de futebolistas de Veiga. De acordo com o empresário, o caso ocorreu quando a Superfute foi cotada na Bolsa de Paris, altura em que, como afirma, vendeu acções da empresa à instituição bancária luxemburguesa. José Veiga afirma que o banco luxemburguês alega que o negócio não foi uma operação financeira, mas antes um financiamento que teve como garantia acções da Superfute e que depois não terá sido pago pelo antigo empresário.